terça-feira, 9 de junho de 2009

Paralelepípedos

Escrevo de Parnamirim, PE.
Não sei porque, mas sinto um bem estar em saber que escrevo daqui. Não porque nasci, me criei, cresci, vivi, aprendi aqui nesse estado, mas por outra coisa.
Parnamirim tem um ar nostálgico, pelo passado que persiste em existir na minha mente e em meu corpo inteiro, como uma parte de mim. E é.
As ruas daqui são de paralelepípedos: eles são um dos principais pontos de recordação. Blocos de pedra cruzados e enfileirados pela cidade inteira. Imagino o trabalho de construi-la.
De onde escrevo, posso ver a casa de minha avó, ali ó. E do lado direito a casa de minha bisavó, do lado esquerdo a casa de minha tia, e mais do lado a casa dos conhecidos - sempre conhecidos.
Essa cidade conta silenciosamente minhas lembranças , como uma mãe. Minha mãe que em todo mês de Julho toca a música sinfonada pelo maestro, benzendo a padroeira mãe da Virgem Santa.
Neste momento, começa a escureçer: são 17:48. Fortaleza deve estar mais clara, ainda.
A pouca luz inebria o dia de terça-feira. Dia de feira de verdade, aqui. Carros de boi, ônibus, e motos, muitas motos: essas que se repetem em todo interior.
O cheiro daqui é específico, por isso não há explicação, mas posso dizer que tem uma pitada de pé-de-castanhola: dificultei.
Escureceu.
Acordo amanhã, às 6:00h, e volto para Fortaleza.
Ficam aqui meus beijos e abraços.
Vão comigo as saudades.

2 comentários:

Eduardo Espíndola disse...

quero ter uma nostalgia ansim.

Honório Félix disse...

Suspirei, mas por um outro tipo de saudade: a sudade do que me é desconhecido.