sexta-feira, 18 de junho de 2010

like a dream.



Eu não entendo o motivo de prosseguir esses pensamentos vazios. Vazio de instâncias, de acontecimentos, de movimentos - todos esses que me repercutem tanto. É tão contrariante.
Talvez eu não queria mesmo repartir o que passa em minha cabeça e em meu estômago.
Talvez eu só não saiba como dizer o que passa comigo para um desconhecido que vai ler.
E se alguém o lê.
O que me vêm à cabeça agora é uma casa branca de madeira, num lugar vazio, em frente à praia, em cima da areia. A geladeira já um pouco carcomida pela maresia, mas que a deixa bonita pela ferrugem. Os móveis da sala são almofadas no chão, e uma mesa baixa, de madeira.
Não há qualquer tipo de aparelho tele-comunicativo. Só um som, que não pega qualquer sinal de rádio (a não ser a rádio pirata do comando piratas do atlântico, que passa perto do litoral com um navio fantasma, tocando músicas esquecidas)
Escuto agora uma música chamada "Me gustas tu". - Nostálgica e melancólica: linda.
Tenho vontade de abraçar alguém agora. Isso não é uma constante. E por isso se torna especial.

Encontrei isso quando arrumava meu quarto.
Não sei nem quando escrevi, nem para quem o escrevi.
Um bilhete de um sonho, que anotei pra não esquecer, depois de acordar.
Não adiantou. Esqueci.
O que resta é o bilhete, perdido no inconsciente:

"Hoje sonhei com ele, de uma maneira virtual.
Recebia uma mensagem no celular, estava escrito algo assim:

Estava acostumado com nós dois
Preferia como antes...

Ou algo parecido.
Acordei e lembrei do sonho só alguma horas depois.
Confundi sonho e realidade.
Olhei meu celular.
Não deveria tê-lo feito."









.
Me gustan los aviones, me gustas tú.
Me gusta viajar, me gustas tú.
Me gusta la mañana, me gustas tú.
Me gusta el viento, me gustas tú.
Me gusta soñar, me gustas tú.
Me gusta la mar, me gustas tú.




quinta-feira, 3 de junho de 2010

aurora.

O sol ainda não nasceu, mas já é bem tarde. Não cheguei em casa com luz nos olhos (graças) - odeio deitar com o dia já claro. Sinto um mal estar, alguma coisa no estômago, difícil explicar. Para me contrariar, antes daqui eu estava num lugar com muitas luzes, luzes por demais, até não dar conta. Mas não eram luzes naturais (no sentido primário da palavra), eram luzes noturnas.

Estava no palácio das luzes, onde quem brilha mais é rei. Onde o sexo é mais importante que qualquer coisa. Onde cada um procura esquecer qualquer sentimento intenso. Onde o instinto encoberto dá lugar a corpos com marcas estampadas nas vestes, balançando ao ritmo (ou não) de um som repetido.

Não me ponho fora de tudo isso, e conseqüentemente isso aqui não pode ser um julgamento.
Mas hoje, antes do sol nascer, eu me pergunto onde está a sinceridade, a casualidade, a calmaria, a beleza natural, o amor. Onde estão as pessoas que se comunicam? Que falam, conversam, trocam expressões faciais... Onde está minha infância, minha avó, e o prazer que eu tinha em comer alfinim feito por ela?

Tenho a sensação de um nó no estômago.

Carne procurando carne. E olha, presta atenção: carne gosta de consumir carne de boa qualidade ! Carne boa não gosta de se misturar com qualquer carne de quinta.

TUTS TUTS TUTS "music? music? music?"