Porque eu teci um vestido cor-de-sangue,
cobri de rubis e diamantes
e entreguei ao destino.
Ele o vestiu, sensato e gentil.
Olha no espelho o dia inteiro
Mas não sabe se fica bem.
solidez clareza incerteza verdade glória capacidade timidez intensidade
1-Eu sei.
2-Sabe?
1-Sei.
2-O que?
2-Eu também sei.
1-Sabe?
2-Sei.
1-O que?
1-Vai tu!
2-Eu não, vai tu!
1-Tu primeiro.
2-Não!
1-Porque?!
2-Vai tu!
1-Porque?
2-Sei lá!
1-Então!
2-Não sei.
1-E ai?!
2-E tu?!
1-Depois!
2-Depois quando?
1-Depois de tu!
2-Tá bom, pois vêm.
1-Como se tivesse engolido uma cobra inteira.
Nada me mostra o porquê de eu estar escrevendo agora. Não sei qual motivo me faz tentar empurrar com tamanha força algo num papel. Tenho mão e letras, mas não tenho idéias. Apenas uma vontade tamanha de escrever algo que não sei o que é.
Nada de interessante invade minha cabeça agora. Sou um escritor patético e insolúvel de temas e assuntos. Sou o uso indiscreto da força abstinente imposta.
Nada do vácuo do abismo vazio.
[...]
Nada.
Jesuíta Barbosa - 09/07/2008