segunda-feira, 25 de maio de 2009

Coriza


Eu me percebo enfermo, mas tento me desfazer dessa palavra forte demais: Enfermo -ela me faz parecer ser um doente em ultimo estado. Não, tenho um simples congestionamento nas vias respiratórias e uma leve tosse sem muco algum. E assim, talvez, consiga atrair boas energias - já me apego ao Segredo.
Fui hoje ao hospital sozinho, o que é motivador - me desapego às soluções maternas de quando eu era menor, e me percebo adulto, cheio de futuro. Medo: já vou ao hospital sozinho e já não tenho mais a papinha de avelã que nunca gostei, mas que sempre aceitei. 
A recepcionista do local não olhou pra mim, e me chamou de criança. - Eu sempre achei que elas fazem sexo com os zeladores. Me disse que eu era o n° 4. 
"José, você é o número quatro". - a quarta foda, depois de três na minha frente.
Chegou minha vez e eu entrei no consultório: a doutora também não olhou pra mim de primeira.
Eu não entendo porque, quando estamos diante de um Dr., o tratamos como um ser superior.

Eu estou com faringite. Faringite que eu suponho ter haver com faringe.
Preciso de Claritin D e Percof.

Nem ela me disse do que se tratava, nem eu perguntei.
E só depois eu percebi que aquela doutora não era a recepcionista.

2 comentários:

Daniel Pizamiglio disse...

eu era invisível e estava ao seu lado, dialogando com as forças estranhas

Gonzagão Seguros disse...

Esses médicos de hoje em dia são horríveis mesmo, desinteresse pelos pacientes é pouco....