quinta-feira, 5 de agosto de 2010

você descora as cores dos corais na costa



quando à noite eu relaxo os músculos
bato minha vista no teto do meu quarto
não vejo nada do tudo que eu vejo
sem importância, eu me digo
e vejo tudo o que vejo
negando ver qualquer coisa
qualquer coisa sem importância
que é fácil de esquecer de não lembrar
do arrepio da coluna
da nuca gelada
dos pés
de sua mania de beijar meu queixo
mas olha só que desleixo,
eu lembrando bobagem
de uma época dos passados vários meses
e ainda não morreu
tudo o que passou junto
do friozinho bom da noite
de quando a gente acorda de madrugada
e vê que graças a Deus
não tem mais aquela pessoa
sem necessidade nenhuma
nem qualquer vontade
de beijar teu queixo agora
e de olhar bem fundo
como eu gostava de fazer
e você ficava sem graça
eu ainda lembro de tudo
o que eu não devia
ter feito por nós,
por você,
por mim você volta.


2 comentários:

Tiago de Sousa disse...

Muito legal cara... parabénss, além de ator um ótimo escritor. ;D

Milene disse...

Adorável a vivacidade de tuas palavras. Intensidade doce.