terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Solução Eclipse

Antes de tudo, saiba que minha cama é dura e vazia.

Hoje o sol nasceu meio escurecido, como tem nascido em quase todas as minhas manhãs. Durmo até bem tarde pra perder o momento de chegada, mas não adianta - abro os olhos está ele, todo poderoso, à pino, apesar de escurecido.
Tudo se move tão rapidamente aqui perto: como um filme em preto e branco, porém sem Chaplin ou Keaton.
A comédia não vai bem nos dias de hoje.
A comédia não vai bem na minha cama e meus lençóis dão pista pra outro gênero.
Tenho assistido a filmes e relatado o roteiro deles em meus sonhos. Apesar dessa e de todas as outras tentativas, as manhãs nunca mudam.
Dizem que o sol nasce pra todos. É essa minha amargura.
Mas eu li uma matéria sobre o futuro do sol.


2 comentários:

Honório Félix disse...

Nem Chaplin nem Keaton, eu sei como é. Tudo cinza, rápido. E ainda o medo. Ainda aquele mesmo medo de sempre. E ainda o medo de estar só... Ainda a cama vazia. Ainda o peso das coisas. E ainda a incompreensão alheia ao tempo, que é particular... Ainda tanta coisa, meu bem. Ainda a saudade de não-se-sabe-o-quê – que, pelo menos, em mim acontece.

Por isso eu te deixo um abraço. Porque, mesmo não podendo entender completamente – porque as dores são únicas, assim como nós somos únicos –, eu te entendo. Essa é uma dor incompreensível, mas é também universal.

Honório Félix disse...

PS: Já sentia saudade das suas palavras.